Os anos 2000 foram marcados pela febre do cabelo liso e isso fez com que a procura e, consequentemente, a oferta de alisamentos definitivos e escovas progressivas aumentasse drasticamente. Foi uma verdadeira febre. Agora, as mulheres donas de cabelos cacheados que ainda eram adeptas do alisamento estão se perguntando: afinal, alisar o cabelo é um ato pela praticidade ou para sentir-se parte de um grupo?
A verdadeira tendência é não seguir tendências, mas sim estar de bem consigo mesma e ter a certeza de que cada mulher é genuinamente linda à sua própria maneira. Essa é a ideia central da transição capilar, um movimento de libertação dos fios que propõe deixar de lado as químicas dos alisadores e recuperar o estado natural do cabelo e, com isso, a autoestima.
Mas é preciso ter paciência, pois apesar de trazer resultados incríveis, a transição capilar é um processo que traz muitas mudanças e transformações. É um período delicado, em que é necessário respeitar o tempo de crescimento dos fios. Por esse motivo, alguns momentos serão mais complicados que outros, já que será um desafio manusear o cabelo e lidar com comentários e olhares de desconhecidos.
A certeza é de que, uma vez que o processo esteja completo, você vai esquecer das dificuldades do processo, como garante a mineira Lorraine Martiniano, que iniciou a transição capilar em 2014. “Não foi fácil e muitas vezes pensei em desistir. Foram seis meses tentando disfarçar a raiz crescendo para não destoar do restante dos fios, ainda com progressiva”, conta. Ela teve total apoio do parceiro e, com muita coragem, fez o Big Chop – “grande corte”, um corte drástico que deixa o cabelo curtinho – em outubro daquele ano. “Foi a melhor coisa que fiz! Após o grande corte, foram e ainda são meses de muito cuidado! Mas o final de tudo é muito recompensador. Vi que meu cabelo é lindo do jeito DELE”, diz.
Percebi que você não precisa mudar a sua natureza para se sentir bonita ou aceita
Lorraine também disse que está livre das químicas que muitas vezes agrediam até mesmo o seu couro cabeludo, para ficar “bonita e com o cabelo ‘domado’”, brinca. “Não me arrependo em nenhum minuto de ter realizado a transição capilar. Hoje penso que, se soubesse como meu cabelo é lindo do jeito dele, teria começado muito antes”, completa Lorraine.
Assim como a mineira, a paulista Magda Pontes também decidiu realizar a transição capilar para se livrar da “obrigação” de usar químicas agressivas a cada três meses. Ela conta que manter o cabelo sempre liso era algo que atrapalhava a sua rotina: “Eu não conseguia incluir, por exemplo, exercícios físicos na minha rotina, pelo do trabalho que dava para deixar o cabelo arrumado para o dia seguinte. Fora que, todo domingo, por conta do comprimento, eu ficava durante três horas entre escova e chapinha, além dos retoques diários”.
Magda conta que durante oito anos foi refém desse “vício”, que teve fim no ano passado, quando decidiu também iniciar a transição capilar, mas de forma gradual. “Cortei o cabelo no pescoço, mas não estava satisfeita. Queria que a ‘juba’ enrolasse o mais rápido possível. Porém, assim como todas as mudanças rendem tempo, tive que respeitar o do meu cabelo também”, disse. No entanto, ela também sentiu na pele os desafios.
Depois de cortar o cabelo um pouco mais curto, ela confessa que não se sentia bem e passou a considerar o Big Chop: “Fiquei um mês indecisa, me olhando no espelho com pontos de interrogação, até perceber que era a única solução para o meu objetivo. Quando a coragem chegou foi estranho, mas logo me adaptei”.
Confesso que não foi a melhor fase da minha vida, porque sempre gostei de cabelo longo, mas mudou a minha rotina e eu ganhei mais tempo para viver
Hoje, Magda, que tem os domingos livres para fazer outras coisas, está feliz com os cachinhos, que dão trabalho de 10 minutos pela manhã durante a semana. A paulista, no entanto, confessa que está ansiosa para ver o cabelo crescer.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre a transição capilar, está preparado para inspirar a apoiar suas clientes nessa decisão? A saúde dos cabelos é tão importante para elas quanto para você e, clientes com fios saudáveis se sentem muito mais seguras para ousar no visual.

